Simpatia e bom humor são as marcas registradas de Ortenila Bettu, 69, mais conhecida por “baixinha” ou “Orte”. Por onde passa, ela contagia a todos com seu sorriso e otimismo. Ortenila foi uma das primeiras moradoras do bairro Bela Vista, em Garibaldi. Há cerca de 30 anos, ela se tornou fundamental, exercendo o papel de braço direito de três irmãs da congregação de São José, que se instalaram no bairro para auxiliar na organização e evangelização.
Ortenila veio ao mundo surpreendendo, pensando apenas 1kg. O nanismo nunca foi desculpa para se vitimizar diante dos obstáculos. Até hoje ela guarda suas roupinhas de bebê, que mais parecem de boneca. “Nunca me senti menos que ninguém e sempre me virei sozinha”, afirma. A responsabilidade precoce fez com que criasse os dois irmãos mais novos. “Minha mãe trabalhava na agricultura. Eu era tão pequena que ela tinha medo que eu tomasse escondida a mamadeira dos meus irmãos”, recorda sorrindo.
Por 14 anos, Orte foi responsável por cobrar o dízimo dos moradores do Bela Vista. Ela nunca se casou e preferiu dedicar sua vida ao voluntariado, organizando missas e cantando no coro da comunidade. Nem por isso foi solitária, pelo contrário, sempre gostou muito de viajar com grupos de amigos, ir a festas e se divertir.
Foi aos 52 anos de idade que descobriu um nódulo no seio direito. O câncer de mama foi vencido após 30 radiografias e a retirada de parte do seio. Sua fé foi determinante no processo de cura. “sempre fui devota do Menino Jesus de Praga, antes mesmo dele ser escolhido como padroeiro da comunidade. Rezei muito, pedindo proteção e saúde. Ele nunca me abandona”, crê.
Por sua coragem, alegria e exemplo de fé, Ortenila é uma Mulher Modelo.
Fotos: Aline Bortolini